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Por isso esse blog possui esse nome... Jigoku No Sora,
o Teto do Inferno

"Esse eu insensato, que tem tão pouca chance de salvação, é totalmente incapaz de resistir a desejos intensos e comprometimentos, a essa sucessão de dias e noites, inegavelmente reais, passada sob o constante tormento das ilusões monstruosas; isso é o inferno." - Hiroyuki Itsuki

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11 de maio de 2013

Chegando no Japão

Esse é o primeiro texto que escrevo sobre minha viagem ao Japão e minha cerimônia de tokudo. Espero através deste e de outros posts, apresentar um pouco da minha visão budista sobre nossa escola e também sobre o modo de vida japonês, um tanto quanto distinto do nosso.

Sendo a primeira vez que ía a Ásia, uma grande ansiedade tomou conta de mim, ainda também pela organização da viagem que começou em novembro de 2012 para se realizar agora em maio de 2013. A escolha da passagem já foi um jogo logistico, pois tinha algumas premissas: 1) queria usar milhagem em todo ou boa parte do percurso; 2) queria chegar em Kansai (Osaka) que fica a 1 hora de trem de Kyoto e não em Tokyo que fica há 3,5 horas de shinkansen (trem de alta velocidade), pois havia um bom componente de custo (o shinkansen ida de volta Tokyo/Kyoto pode custar mais de US$400,00!).

Sendo assim, fechei a "perna" (leg) EUA/Japão primeiro com milhagem - um "maravilhoso" vôo LAX (Los Angeles) - HNL (Honolulu) - KIX (Kansai). com as esperas seria 16 horas de vôo! E comprei a leg Brasil-EUA, GRU (SP) - DFW (Dallas) - LAX - mais 15 horas. Ou seja, minha epopéia levou 31 horas, com direito a um pernoite em LAX. Bom, tudo estava valendo (exceto pelo aeroporto de HNL que parece uma rodoviária!). Saí dia 30/4 a noite de SP e cheguei em KIX as 18:30 do dia 03/5.

E lá, na porta de saída da alfândega, vindos de Tokyo, me esperavam Jean-Jacques Algieri e Sandro Fernandes, uma vez que o primeiro receberia seu tokudo junto comigo.

Finalmente tinha chegado! Ver tudo escrito em ideogramas, aquela língua que estou tão acostumado a ouvir, embora não fale, luzes, modernidade..... de repente, passa um casal em roupas tradicionais, os dois trajando belos kimonos, ela com um cinza claro adornado por cerejeiras e ele com um cinza escuro, elegantes, rementendo a um passado glorioso... ou a um presente que ainda preserva suas tradições. Cheguei ao Japão.

Pegamos o trem para Kyoto pondo as fofocas e expectativas em dia no percurso de pouco mais de uma hora. Em dado momento, entra um rapaz sorridente vindo do outro vagão, uniformizado impecavelmente com um traje azul, botões dourados e quepe. Reitira o quepe e o acomoda solenemente debaixo do braço direito e com um "boa noite" suave e um pedido de desculpas ou licença, ou os dois, anuncia sua presença para conferir os bilhetes. Assim o faz com elegância educação e sempre sorrindo. Confere cada um com meno de 1 segundo para cada passageiro. Acabando o vagão, se coloca diante da porta de saída para o próximo, se vira, faz uma reverencia e agradece várias vezes por termos escolhido a sua empresa (JR Rail) para viajar, recoloca o quepe (que durante toda a conferencia ficou debaixo de seu braço em sinal de respeito). Vira-se e sai.

Tinha realmente chegado ao JAPÃO!

2 comentários:

  1. Já sei que vou adorar seus posts de viagem, mais detalhes vai....Seu amigo que daqui torce por você.
    Genshô 玄祥

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  2. Pequenos detalhes que evidenciam grandes diferenças culturais. Como diz Glorinha Khalil, chique é ser civilizado.
    Abraço e bom retorno.

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