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Por isso esse blog possui esse nome... Jigoku No Sora,
o Teto do Inferno

"Esse eu insensato, que tem tão pouca chance de salvação, é totalmente incapaz de resistir a desejos intensos e comprometimentos, a essa sucessão de dias e noites, inegavelmente reais, passada sob o constante tormento das ilusões monstruosas; isso é o inferno." - Hiroyuki Itsuki

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6 de março de 2009

Uma menina de 9 anos

Acho que todos já sabem do ocorrido e não preciso me deter nos detalhes do assunto. Meu ponto aqui é como ver o caso pelos olhos do Budismo, como também, contrariando meus princípios, compará-los com a posição do Catolicismo.

O que aconteceu neste caso é uma tremenda e infeliz manifestação karmica de todos os lados, não há lado positivo ou negativo, neste caso.  O que há é uma amostra direta do que o ser humano pode fazer e como ele "vive" ou convive com os Seis Reinos de Existência durante sua vida.

O aborto da meninas ao meu ver tinha que realmente ser feito, não só pelas complicações físicas, mas como também psicológicas (mais ainda!).  

Do ponto de vista budista, na falta de referência específica sobre o assunto nos Sutras, temos que analisar do ponto de vista do menor sofrimento para todos.  As consequências karmicas são inúmeras para todos os envolvidos, padrasto, mãe, médicos, vizinhos, o arcebispo e não havia como evitá-las.  Mas sem dúvida o aborto foi a melhor opção, ou seja, a melhor diante da quantidade de sofrimento a mais que a situação levaria se a gravidez continuasse.

Tenho compaixão pelo padrasto pois o futuro dele é bem negro e sua próxima vida, provavelmente em um dos infernos, não vai ser nada, nada tranquila mesmo.

O que muitos não conseguem enxergar (e aí adiciono todos os hipócritas de plantão) é que não foram ceifadas somente as vidas dos fetos abortados, mas as vidas da menina, da irmã (estuprada tantas vezes quanto ela), da mãe (que não teve atitude firme), dos parentes que sabiam e nada fizeram... essas vidas já eram.... não 2 que não nasceram, mas outras 6 ou 7 ou mais que já tinham nascido e que praticamente morreram para o mundo.

Esse sociopata assassinou moralmente a vida de uma família inteira e dos amigos dessa e parece que ninguém vê isso...

Meu recado para os médicos é: Não se preocupem com a excomunhão, foi um favor que a Igreja Católica fez para vocês, pois acredito que a inteligência de vocês pedem uma fé menos ignorante e mais desenvolvida. Pois nem vocês, nem a mãe dessa criança merecem fazer parte de uma religião que exalta um criminoso e pune as vítimas.

Quanto ao dito Arcebispo, só tenho que sentir compaixão pela sua sabedoria limítrofe.  Mas não posso deixar de me furtar a fazer o seguinte comentário: É assim que a Igreja Católica pretende "reter" fiéis? Acho que alguém está errando na estratégia.

Namo Amida Butsu

5 comentários:

  1. Maurício,

    Pelo Canône Católico, a prática do aborto gera excomunhão automática, o Arcebispo só cumpriu o seu papel de autoridade da Igreja, era ele quem deveria anunciar a excomunhão, tanto que foi apoiado pelo Vaticano.

    Nesse caso, talvez caberia uma atitude mais compassiva como o perdão, mas o Arcebispo agiu dentro de suas atribuições.

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  2. Realmente anonimo, ele agiu dentro de suas atribuições, mas será que o número de excomungados é maior que o de meninas estupradas?

    Não costumo criticar outras religiões, mas peço desculpa pelo meu lado humano exacerbado, não consigo me conter neste caso.

    um abraço

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  5. Apesar de também ter achado muito forte oq o Maurício escreveu quanto a religião católica e mais difícil são os católicos assumirem que existem diversos pontos na religião que são "subdesenvolvidos", concordo com o que ele falou, apesar da polêmica causada, acredito que o catolicismo precisa de uma reforma drática em alguns pontos.

    Abs a todos e bons ventos

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