Muitos mercados e investidores se guiam por índices financeiros para medir o mercado ou mesmo medir a saúde financeira e liquidez das empresas que compõe tais índices. Nos EUA, um dos mais importantes é o Índice NASDAQ que é composto pelas ações de empresas de tecnologia. Se esse índice está se comportando mal, é porque, de uma maneira geral, o mercado tecnológico está passando por uma fase ruim. Existem vários índices que cobrem a necessidade de uma grande gama de investidores, desde índices industriais, que refletem um determinado nicho de mercado ou índices regionais, que medem a saúde de empresas de um país ou região (por exemplo, Oriente Médio ou Tigres Asiáticos).
Pois bem, no início deste ano a Dow Jones, empresa americana de notícias que divulga os mais importantes índices de investimentos para o mercado mundial, lançou os Índices Dharmicos ou Dharma Indexes (símbolo mercantil: DRMA). Este índice tem 4 índices regionais e 1 mundial que consolida todos e somam mais de 1000 empresas em todo o globo. Os índices regionais reúnem empresas da Índia, Japão, Reino Unido e EUA. Dentre elas temos a Microsoft, Intel, Cisco, Bank of America, Wells Fargo, Qualcomm, Nintendo, Banco Sumitomo, Mitsubishi, Komatsu, NTT DoCoMo, Banco Santander, Banco BNP Paribas e Citigroup.
Mas o que faz com que uma empresa participe deste índice? Essa é a melhor parte: a metodologia utilizada. Para uma empresa fazer parte deste índice ela deve seguir uma série de pré-requisitos e suas ações sociais e o impacto de seus produtos na natureza e na sociedade é analisada por três comissões uma de acadêmicos ligado a assuntos religiosos, uma de religiosos budistas, sikhs e hindus e outra de consultores financeiros de origem budista, sikh ou hindu. Passando pelo crivo destas três comissões, a empresa passa a integrar os Dharma Indexes.
As práticas de negócio inaceitáveis de imediato são as empresas que produzam pornografia, bebidas alcoólicas, testes com animais, armas e/ou artefatos bélicos, jogos de azar, tabaco e defensivos agrícolas. Ainda fazem parte da análise das empresas fatores tais como emissão de carbono e outros poluentes, risco de vazamento de produtos químicos, nível de reciclagem, relações trabalhistas, diversidade, violação direta ou indireta de direitos humanos e condições de trabalho.
As empresas que compõe os Dharma Indexes são constantemente avaliadas e demovidas de tal privilégio caso seja identificado que houve violação das regras descritas acima.
Os Índices Dhármicos representam um fato inédito no mercado de capitais, pois pela primeira vez uma série de índices é criada baseado em um Valor religioso pois segundo a própria Dow Jones, o único índice parecido é o Índice Islâmico, mas este é um índice regional, ou seja, é composto por empresas que tem suas sedes em países do Oriente Médio e África que tem o Islamismo como religião oficial, mas tais empresas não necessariamente seguem os preceitos islâmicos. No caso dos Índices Dhármicos não importam onde estas empresas estejam, mas o quanto seus valores se alinham com o Dharma.
E parece que tais índices são muito interessantes pois mostram que as empresas com tais valores Dharmicos possuem mais lucratividade, um bom exemplo é que o Dharma Index India (DRMAIN) teve uma alta de 81,22% no último ano e o Dharma Index Global (DRMA) acumulou uma alta de 6,21%.
Infelizmente ainda não temos empresas brasileiras compondo os Índices Dharmicos mas faço votos que alguma das 34 empresas brasileiras que listam suas ações na NYSE (Bolsa de Valores de Nova York) passem a integrá-lo brevemente.
Não sou um grande investidor de bolsas, mas creio que temos que ter nossos valores impressos em cada ação que executamos (ou compramos e vendemos... ehehehe) e pensar um pouco antes de investir ou mesmo de comprar um produto, imaginando o que aquela empresa faz, utilizando os critérios dos Índices Dharmicos, será sem dúvida uma maneira de contribuir para a melhoria da sociedade e do planeta. A nossa gota no oceano.
Uma dica: para quem aplica na BOVESPA acompanhem o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) que "considera que empresas sustentáveis geram valor para o acionista no longo prazo, pois estão mais preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e ambientais. Essa demanda veio se fortalecendo ao longo do tempo e hoje é amplamente atendida por vários instrumentos financeiros no mercado internacional. O ISE tem por objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial, e também atuar como promotor das boas práticas no meio empresarial brasileiro." (extraído do site da BOVESPA).
Bons investimentos dharmicos!
Namo Amida Butsu
Oi Mauricio,
ResponderExcluirrelendo agora com mais atenção, e aliás hj fiquei em casa o dia todo e gosto de ouvir radio ( CBN)....cacilda!!! só se fala na tal crise economica, o dia inteiro, subiu ( bolsa, dolár) desceu... e o nosso presidente Lulalá, diz que é só uma marolinha...agora que eu quero ver eles ( petralhas) opsss aqui nãum pode, digo o PT, administrar crises....
Mas voltando ao que eu pensava enqto ouvia o rádio...tá bom, não é a primeira, nem a ultima, muitas virão (para os mais jovens, pode ser a primeira...)mas e as outras crises que ninguém fala nelas, a energética, a ecologica, a de alimentos...e deve ter muitas mais que não me lembro de bate-pronto.Mas a pergunta que não quer calar, é; o que sustenta todas essas crises, aparentemente não implicadas? Não seria uma crise muito maior? A crise de valores???
é se não conseguirmos olhar o todo, vamos ficar apenas discutindo as partes e botando remendos...
vou parando, que tenho que cuidar de mais uma crise, a minha pessoal...ahahaha
gasshô
ana