Por isso esse blog possui esse nome... Jigoku No Sora,
o Teto do Inferno
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11 de setembro de 2008
Acelerando o passado
9 de setembro de 2008
Dois Pesos, Duas Medidas
Faz tempo que não escrevo aqui. Muito pelo meu trabalho e uma obra que estamos fazendo em nosso imóvel. Mas gostaria de iniciar este artigo agradecendo os que tem usado meus textos como referências para a explicação do Dharma, em outros sites, listas e Orkut.
O engraçado (será?) é que volto a um tema que falei sobre no artigo abaixo: alucinógenos. Antes de entrar no tema quero deixar claro que independente de qualquer opinião sobre se determinada droga é mais nociva que outra, o Quinto Preceito ditado por Buda é claro: "não se deve fazer uso de qualquer substância que altere o estado de consciência". Logo, um budista, deve antes de tudo, tentar seguir, no mínimo, os Cinco Preceitos, ou pelo menos, propaga-las no meio onde vive.
Tenho acompanhado com interesse o desenrolar das campanhas para a prefeitura de São Paulo, justamente para verificar as propostas sociais de cada um deles. Não pretendo entrar em assuntos políticos, nem tão pouco fazer proselitismo pois não faz parte de minha natureza e não é permitido por lei (isso mesmo, a justiça eleitoral está censurando blogs com qualquer informação de candidatos). Por isso não posso escrever o nome do canditado ou candidata com o qual estou extremamente decepcionado. Não posso revela-lo até que se passem as eleições.
Bem vamos ao assunto. Estava lendo o site de um jornal de São Paulo, no qual apresentava-se uma sabatina com um ou uma canditata à prefeitura, no qual eu li a seguinte frase: “LEGALIZAÇÃO DA MACONHA - Há muito tempo eu não fumo, mas a minha opinião continua a mesma. Tenho a convicção de que, se o comércio fosse legalizado, normatizado, controlado, o dano para a sociedade seria menor do que o dano decorrente do fato de o comércio ser ilegal.”
Ora, sendo essa candidata uma budista declarada e atuante fiquei muito surpreso com tal afirmação, nem tanto pela afirmação em si, mas pela ênfase dada ao assunto mais uma vez e sua contínua insistência de violar os Preceitos Budistas, em público. Fiquei impressionado, porque não vi ou ouvi qualquer manifestação desta candidata em relação aos massacres de tibetanos, ou a falta de liberdade na China ou sobre o massacre de monges na Birmânia. Tendo fácil acesso àmídia, às tribunas da Câmara e a imprensa da qual poderia fazer uso para alertar a população sobre tais fatos, ou mesmo as autoridades federais brasileiras, mas infelizmente não vi nada disso. Mas quando o caso é legalizar uma droga, os microfones se abrem. É lamentável!
É também lamentável que tal candidata passe em cima de suas convicções religiosas para ocupar um cargo público, uma vez, que nunca vi uma declaração de sua posição religiosa ou sua manifestação sobre ítens importantes para nós budistas, tais como as pesquisas sobre células-tronco, aborto, vida saudável, como se andar de bicicleta fosse a solução de todos os problemas da população, em um tempo que vivemos uma crise ética de corrupção de valores morais.
É justamente neste cenário que leio sobre "legalização" de uma droga. Libera-se a maconha, depois a cocaína, o crack e assim por diante.
Não quero parecer demagogo, nem hipócrita. Bem, hipócrita não sou pois nunca pus nem um cigarro de tabaco que seja na minha boca, muito menos qualquer tipo de droga, mas essa energia demonstrada pela tal candidata deveria ser canaliza para promover ítens positivos que possam ser útil à sociedade. Com certeza, comprar maconha no boteco da esquina não está nesta lista.
O que poderia ser uma imagem importante para nossa religião, para termos um representante que prime pelos valores budistas em uma posição de destaque na política, para justamente irradiar tais valores por onde passasse, em seus discursos, atitudes e principalmente projetos sociais, acabou se tornando uma decepção total. Uma oportunidade perdida.
Mas... cada sociedade tem os políticos que merecem...
Sarva Bhantu Margalam!!!